CÍCERO LUCAS

Ago 23 2018 /

12/09/2006 - Belo Horizonte

Foi aos três anos que ele, o menino Cícero de Oliveira Lucas, filho de Viviane de Oliveira e Dé Lucas, começou a esboçar claros lampejos de um multi-instrumentista. Várias vezes o pai e a mãe, mais as pessoas que o circundavam, foram surpreendidos com debates, bate-papo com amigos invisíveis, como o "Cara”, o "Lipids" e outros amigos imaginários.

Ao montar sua percuteria no alpendre da casa dos avós maternos e na casa do pai, no Aglomerado da Serra, ele buscava utensílios diversos, como tampas de panelas, cinzeiros de metal, pregadores de roupa, baldes plásticos de vários tamanhos, bacias, copos, tudo para compor sua ‘badulaqueteria’. Daí, montava sua guigui com aquela parafernália toda. Às vezes, se arriscava com um tamborim ou um pandeiro de couro, mesmo sem aguentar segurá-los.

O tempo foi passando, ele crescendo, sendo levado para a roda de samba no "Quintal do Serginho Divina Luz" aos domingos, como se fora um "chaveiro", o "amuleto". Lá no Quintal, foi presenteado por uma amiga, Tia Denise, com um baldinho de brincar com areia e um tamborete de madeira que se tornaram seus amigos inseparáveis na roda. Ái de quem tentasse desbancá-lo, era como se ele fosse parte indispensável daquele samba dominical.

Por volta dos seis ou sete anos de idade, Cícero ganhou a primeira bateria, um pandeiro do saudoso Mestre Afonso, um repique de mão, um repique de anel, surdo, cuíca, ganzá e um cavaco.

Quando os pais deram conta, o garoto já era integrante da roda com maestria, aprendendo daqui e dali com grandes nomes do samba de Minas Gerais: Pedro Lopes, Kjú, Tio Lico, Tico, Fabão, Pablinho do Cavaco, professor Gustavo Grieco, Arthur Carvalho, Pico, Ney, Marina, Diguinho e tantos outros bambas que integraram aquela roda durante o tempo que Dé Lucas se apresentava no Quintal.  Ganhou uma bolsa de estudos na escola de música Chorus, de outra grande amiga, Josi Trevisan, para estudar piano.

Nesta grande temporada no Quintal, Cícero acompanhou vários artistas consagrados de BH e do Brasil, quiçá do mundo, como Moacyr Luz, Áurea Martins, Claudio Jorge, Fernando Paz, João Martins, Moisés Marques, Fabiana Cozza, Priscila Amorim, Tuco Pelegrino, Nilze Carvalho, Marcos Sacramento, o saudoso Chiquinho Vírgula, Dunga de Vila Izabel, Ana Costa, Sombra, Waltis Zacarias, Paulão 7 cordas, Wanderley Monteiro, Tantinho da Mangueira, Zé Luis do Império Serrano, Inácio Rios, Mosquito, Luiz Grande, Gallotte, Fabinho do Terreiro, Toninho Geraes, Barrão, Nonato do Samba, Serginho BH, Heleno Augusto, Raimundo do Pandeiro, Nilton Maravilha, Rodolfo Assunção, Magno Alexandre, Coroné, Cris Cordeiro, Manu dias, Aline Calixto, Ton Nascimento, Sérgio Pererê, Mestre Jonas, Gustavo Maguá, Edson Cruz, Doris, Cabral, Serginho Divina Luz, Serginho Marques, Fernando Bento, Lucas Fainblat, Silvia Gomes, Tino Fernandes. Dessa gama de artistas, quase todos participaram do projeto "Casa de Bamba", realizado no Quintal do Serginho Divina Luz.

Hoje, o moleque beirando os 13 anos de idade, também carrega no currículo participações nas gravações do primeiro e do segundo álbuns do pai, Clarear e Mãos, respectivamente, trabalhos mais recentes realizado nos meses de novembro de 2016 e maio 2018. Cícero é um garoto com uma percepção musical extraordinária, meio que uma ancestralidade que carrega consigo. Segue estudando e desbravando as rodas e palcos por onde passa.

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