SAMBISTAS DE LUTO POR MAURÍCIO CAMPOS

SAMBISTAS DE LUTO POR MAURÍCIO CAMPOS Reprodução Facebook/Arquivo Pessoal

Ex-prefeito teve papel relevante para carnaval de passarela de BH

Os sambistas mais antigos lamentaram a partida de Maurício Campos, prefeito de Belo Horizonte entre 1979 a 1982, período em que o carnaval de passarela da capital mineira era o segundo maior do país. O engenheiro nascido em Rio Pomba faleceu neste domingo, aos 86 anos, na capital mineira. A Prefeitura de Belo Horizonte decretou luto oficial de 3 dias em pesar pelo falecimento do ex-prefeito.

“Falar de Maurício Campos no carnaval é fácil. Ele ocupa um lugar especial na memória de todos os amantes da festa. Sua gestão foi responsável pelos melhores anos do desfile de escolas de samba, quando éramos o segundo carnaval do Brasil. Mas ele era diferenciado mesmo: vivia na quadra do Guarani, bebia e comia junto da bateria, saia de lá de madrugada abraçado o Gil César, estava sempre presente nos desfiles. Nosso carnaval era riquíssimo, tínhamos desfile das campeãs, concurso de fantasias no Libanês, Cidadão do Samba, escolas poderosas, tínhamos tudo. Quem viu, viu !” conta o presidente da Velha Guarda da unidos dos Guaranis, Mário César.

O presidente da Canto da Alvorada, Carlos Damasceno, também lamentou a passagem do ex-prefeito.  “Mauricio foi o responsável direto na década de 1980 pelo nível alcançado pelas escolas de samba. Um entusiasta, frequentava todos os ambientes das Escolas de Samba!”, disse o dirigente. A Canto da Alvorada queria que em 2015 o enredo da escola fosse sobre a vida de Maurício Campos, mas devido aos problemas de saúde do ex-prefeito, a homenagem não foi feita.

“Que Deus lhe dê um bom lugar. Já matou minha fome muitas vezes” disse Mandruvá, um dos principais personagens do carnaval da cidade.

Em 2013, o ex-prefeito participou, como entrevistado, do documentário "Mestre Conga - O Inconfidente do Samba", dirigido pelo cineasta mineiro Chico Matias. Maurício Campos conta no filme como era o carnaval na cidade e afirma que, já naquela época, era a iniciativa privada que bancava a festa. “A prefeitura não colocava um centavo no carnaval”, disse.

Além de apoiar o carnaval, Maurício Campos foi responsável por várias obras na capital, como a duplicação da avenida Cristiano Machado, criação do Parque das Mangabeiras e o retorno do obelisco para a Praça Sete.

 

 

 

 

 

 

 
Visto 2133 vezes Última modificação em Terça, 24 Março 2020 15:27
Zu Moreira

Jornalista, compositor e pesquisador

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