O PESO DAS MULHERES NA MARCATTO

O PESO DAS MULHERES NA MARCATTO Zu Moreira/Almanaque do Samba

Fábrica substituiu aço inox por alumínio para atender demanda feminina

A força da mulher no samba e no Carnaval reverbera na indústria de instrumentos musicais. A explosão dos blocos de rua em Belo Horizonte também fez revigorar a Marcatto, maior marca de instrumentos de Minas Gerais e uma das maiores do país.

Quem conta essa história é Roberto Marcatto, reparador de instrumentos de sopro e proprietário da fábrica de surdos, tamborins, caixas e repiques. A fábrica da rua Turvo, na Lagoinha, foi fundada há quase 60 anos. Mas tudo começou bem antes com o pai, de família de imigrantes italianos, com quem herdou a arte de consertar instrumentos.

Segundo Marcatto, a fábrica estava passando por uma crise até surgir o fenômeno dos blocos de rua. “A cada ano o número foi aumentando de 100 em 100 até chegar a marca atual. Isso foi muito bom para a Marcatto”, conta.

Outra curiosidade é que a marca teve que se adaptar a presença cada vez mais numerosa de mulheres integrantes de baterias de blocos e de grupos de percussão. “Passamos a substituir o aço inox pelo alumínio para reduzir o peso dos instrumentos e dar mais conforto”, disse.

Na última terça-feira, a convite do cantor e compositor Ronaldo Coisa Nossa, o Almanaque do Samba teve a oportunidade de conhecer a fábrica e ouvir as histórias de Roberto Marcatto.

De lá, seguimos para a Praça 15 de Junho, onde os dois contaram um pouco das memórias da Lagoinha, berço do samba de Belo Horizonte, para a equipe do projeto Moradores, idealizada pela Nitro Imagens, que na etapa Lagoinha conta com a parceria da Fundação Municipal de Cultura.

Amigos de décadas, Roberto e Ronaldo tiveram tempo de bater um papo e matar a saudade da juventude, ao lado de integrantes de outro ícone da região, o bloco Leão da Lagoinha: Jairo, Adélia, Lagoinha, Rosa, entre outros.

“Na nossa época, a gente mesmo que fabricava os instrumentos, ninguém tinha dinheiro pra nada”, afirma Adélia, filha de Paulo Mendes, um dos fundadores do Leão, em 1947.

A história do samba de BH se confunde com a própria história da cidade.

 

PROJETOS MORADORES - ETAPA LAGOINHA

Datas e locais onde estarão as tendas para registro dos depoimentos:

6/6 (quinta-feira) – Arena do Beco Sargento João Beraldo (Vila Senhor dos Passos)

7/6 (sexta-feira) – Rua Araribá, 235 (entre o Conjunto IAPI e a Pedreira Prado Lopes)

8/6 (sábado) – Rua Além Paraíba, 449 (em frente ao Supermercado BH)

Sempre de 9h às 17h

Mais informações aqui

 

 

Visto 3278 vezes Última modificação em Quarta, 05 Junho 2019 19:44
Zu Moreira

Jornalista, compositor e pesquisador

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